Desesperada, a acácia ergue os dedos frios para o céu.
Impacienta-se quando alguma ave de passagem a usa como
poleiro…
Inveja as folhagens perenes do pinheiro e do mióporo que
a ladeiam.
O ressentimento que a consome é tão intenso que não consegue fruir, antecipadamente, o milagre que a primavera não tardará a trazer-lhe:
um manto de folhas tenras bordado a flores de ouro!
António
Pereira