28.5.13

Apenas ilusão...

Foto tirada no sul de Portugal (Alentejo - Barrancos)
 
 
Como um gigante feito de sombra,
projetei-me na planície ressequida…

Com o sol aninhado no horizonte,
perdi-me sob o manto negro da noite
e a ilusão desfez-se...
 
É assim a vida:
                           Tudo num momento, nada logo a seguir…
 
António Pereira


14.5.13

.Caminho prà liberdade!

A lagarta voltou para a horta...
 
Como um soldado, patrulha o seu território…
A folha, suculenta, aguça-lhe o apetite voraz.
Rasteja naquela mancha verde,
indiferente ao tempo que passa…
Não tem projetos
e
espera apenas que o destino se cumpra:
Um dia, terá as suas asas coloridas
e
levantará voo em direção à felicidade!
 
É assim a liberdade:
                                   frágil,
                                               essencial,
                                                               única!
 
António Pereira
                                      


5.5.13

.Resta a solidão...

Foto tirada hoje ao fim da tarde
 
 
Ver a casa em ruínas
entristeceu-me o coração…

Fechei os olhos,
constrangido,
e,
como um arqueólogo de sentimentos,
reconstituí a vida que ali houve:
a alegria de outros tempos,
os risos perdidos na memória,
as lágrimas choradas há muito…
 
Abro os olhos: 
resta apenas a solidão das pedras
engolidas pela vegetação impiedosa…
 
António Pereira


2.5.13

.Tenho a alma cativa...

Foto colhida no campo perto de minha casa

Os meus olhos deslizavam, livres, na paisagem,
registando momentos, aqui e ali…
Exuberantes, os aromas doces envolviam-me…
Perdi-me nos cantos sedutores das aves…

As cores e as formas diluíram-se e,
sem aviso,
o fogo éfemero de uma papoila,
como uma impressão fugidia,
aprisionou-me a alma...

Fiquei para sempre cativo!

 
 
António Pereira